Diário de Mercado na 3ª feira, 13.12.2016
Ibovespa esteve oscilante com votação da PEC55, mas, finalizou em campo positivo. Nova York também favoreceu.
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Rafael Reis, CNPI-P
O Ibovespa terminou em 59.280 pts (+0,17%), acumulando -2,02% na semana, -4,24% no mês, +36,75% no ano e +30,97% em 12 meses.
Como resultado de uma reação positiva à abertura do mercado norteamericano e com a aprovação definitiva da PEC 55 (teto de gastos) no Senado, apesar de ter operado a maior parte da tarde negativo, o índice reagiu no final e fechou em alta, interrompendo inclusive três pregões consecutivos de baixa. O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 8,52 bilhões, sendo R$ 8,21 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, em 9 de dezembro, a bolsa brasileira teve saída líquida de capital externo de R$ 3,93 milhões, passando saldo negativo no mês para R$ 678,7 milhões, mas, com ingresso de R$ 14,31 bilhões no ano.
Internamente, o foco dos investidores esteve voltado para a votação em segundo (e último) turno a PEC 55 (Proposta de Emenda Constitucional) do teto dos gastos no Senado Federal, que já havia sido aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados.
A medida foi aprovada agora por 53 votos a favor versus 16 contra – lembrando que era necessária uma maioria de três quintos entre os 81 senadores, bem como, na contagem em primeiro turno no Senado foram 61 pró ante 14 contrários. A PEC 55 deverá ser promulgada na próxima quinta-feira (15).
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do relatório anexo), internamente, as Vendas do Comércio Varejista, levantadas pelo IBGE mostraram em outubro uma retração de 0,8% ante setembro no conceito restrito da série ajustada sazonalmente.
Ainda que ligeiramente melhor do que as estimativas do mercado (-0,9%), o dado denota que o quadro de desaceleração econômica permanece dando poucos sinais de melhora, e em ritmo menor do que anteriormente esperado.
No comparativo ano contra ano a retração medida foi de 8,2%, também ligeiramente melhor do que prognósticos, em -8,5%. No conceito amplo, que inclui os segmentos de veículos/autopeças e materiais de construção, no entanto, a retração foi de 0,3%, menor do que o esperado em -1,0%.
Em nossa visão, a retomada econômica outrora vista com maior otimismo pode se dar de maneira mais branda, visto que não apenas revisões para baixo das estimativas estão acontecendo mais também os índices de confiança estão apresentando correções frente às altas observadas nos últimos meses.
Na China, em oposição, dados divulgados nesta madrugada reforçam a ideia de resiliência do gigante emergente, sendo destaque a Produção Industrial (+6,2% nov2016 contra nov/2015) e as Vendas do comércio varejista (10,8% nov2016 contra nov/2015), ambas superando as estimativas dos agentes (respectivamente 6,1% e 10,2%) e denotando eficácia do governo de Pequim no controle sobre a desaceleração econômica da região.
Juros
No mercado de juros, o viés de queda observado no princípio dos negócios deu lugar à alta ao longo de toda a extensão da curva de juros futuros. Após a aprovação da PEC dos gastos no Senado. Também contribuindo para o movimento, viu-se pelos agentes alguma elevação da cautela quanto ao andamento da possibilidade de uma vindoura reforma da previdência.
Câmbio
No mercado de câmbio, o dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,3250 (-0,66%), acumulando agora -1,36% na semana, -1,86% no mês, -16,60% no ano e -14,17% em 12 meses. A moeda norteamericana passou a maior parte da primeira meia hora de negócios em campo positivo, com certa cautela dos agentes antes da votação da PEC 55 (teto de gastos) no Senado.
A partir daí, foi ganhando força a percepção que o panorama seria favorável para o governo e a divisa foi perdendo força, entrando definitivamente em terreno negativo e assim permanecendo o restante da sessão. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) fechou em 292 pts, ante 291 pts da véspera.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 13.12.2016, elabordo por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Rafael Reis, CNPI-P, ambos do BB Investimentos.